Mon 14:30 - 16:30 Grupo Regular de Biodanza Sénior no Instituto IHumanos na Escola de Educação Superior de Coimbra O cenário que envolve o envelhecimento na sociedade actual exige que se pensem em alternativas para lidar com este fenómeno. Lapierre revolucionou a forma de pensar a reabilitação ao sugerir mudar o foco da estratégia até então centrada em funções isoladas, para uma reabilitação mais amplas (Bottoni, 2000). Tal fundamento ajuda a compreender a razão pela qual a Biodanza, com a sua metodologia que actua nos níveis orgânicos, motores, afectivos, intelectuais e sociais, se tem revelado um importante sistema para a reabilitação existencial em pessoas com idade acima dos 65 anos de idade. Na maioria dos casos, é o decréscimo acentuado das relações afectivas da pessoa que o leva a processos de desvalorização que, aliados à debilitação de funções motoras, conduzem a uma progressiva inactividade, diminuição da auto-estima, desorientação, isolamento e perda de motivação para viver. Consciente disso, Toro (1991, citado por Azambuja, 2002) afirma que: “Os factores mais importantes no processo de reabilitação são os de carácter afectivo. Esta afirmação não pode parecer estranha se pensarmos que a génese da inteligência, de acordo com Piaget, está fundamentada em primordiais estruturas afectivas e no processo de formação da identidade. Justamente o ancião experimenta uma perda violenta das suas relações afectivas dentro de uma sociedade que o rechaça, e pela desvalorização e perda de sua identidade como ser humano. Esses dois processos o derrubam na insanidade, na desorientação e na falta de motivação para viver suas funções intelectuais e concomitantemente se vão paralisando.”
Rolando Toro Araneda ( criador da Bidoanza) defende mesmo que o processo de envelhecimento é parcialmente reversível mediante a prática da Biodanza, uma vez que um grande número de funções podem ser reabilitadas do ponto de vista motor, psicossomático, bem como padrões de resposta emocionais e intelectuais. Se, de uma forma global, a Biodanza actua ao nível da/o: − ampliação da noção de si mesmo e das suas potencialidades, estimulando a expressão da identidade; − promoção da relação com o outro e com a Natureza; − resgate da alegria de viver, influindo positivamente no compromisso de cada um com a Vida; − equilíbrio neurovegetativo, harmonizando o organismo através da actuação nos mecanismos de auto-regulação e promovendo, assim, a saúde. ...então vejamos a possível intervenção junto de grupos de pessoas com mais experiência e sabedoria de Vida:
Segundo Toro (1991, citado por D'Alencar, 2005), os exercícios propostos para este público-alvo procuram: − o equilíbrio das funções psicológicas; − restabelecer a capacidade de vinculação, melhorando a quantidade e a qualidade dos vínculos sociais e familiares e promovendo competências comunicacionais; − recuperar a habilidade motora; − melhorar funções respiratórias; − diminuir tensões, rigidez muscular e sintomas psicossomáticos; − estimular a harmonia e sensações de plenitude; − reforçar a auto-confiança; − melhorar o estado de ânimo.
Para além dos benefícios acima apontados, as observações apontam para o facto de que a prática regular da Biodanza contribui, também, para que o sistema nervoso se mantenha saudável e minimiza o comprometimento funcional decorrente da idade avançada, ao estimular a plasticidade neuronal (capacidade de, em determinadas condições, o sistema nervoso recuperar funções anteriormente perdidas).
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